sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Hidrocarbonetos fora do planeta

Time to wave peak oil goodbye forever … but before you do I should probably inform you of the tiny hiccup in any plan to develop this oil field.
It is around 1,300 light years away.
 
The scientists work at the Max Planck Institute in Germany, and using the 30m-telescope of the Institute for Radio Astronomy they discovered a vast cloud of hydrocarbons within the Horse Head Nebula galaxy in the Orion constellation.
 
Upon discovery of the cloud IRAM astronomer Viviana Guzman declared that, "the nebula contains 200 times more hydrocarbons than the total amount of water on Earth!"
Just for those of you curious as to exactly how many barrels of oil that roughly equates to, here you go: one hundred and fifty-five quintillion, two hundred and thirty-eight quadrillion, ninety-five trillion, two hundred and thirty-eight billion, ninety-five million, two hundred and fifty thousand, or 155,238,095,238,095,250,000 barrels.
 
Now like me you might be wondering how oil, which is supposedly produced from organic matter buried millions of years ago, could possibly exist in space. Well it turns out that these hydrocarbons were likely created by the fragmentation of giant carbonaceous molecules called polycyclic aromatic hydrocarbons, which are produced during the death of a star.
There is even a theory that molecules such as these could have served as the first organic compounds for creating life (in RIGZONE).

segunda-feira, 19 de março de 2012

Viagem a Kilwa (Quiloa) - Tanzania

Como sempre, a viagem occoreu num domingo destes e o dia comecou de madrugada tal como nas minhas outras viagens pela Tanzania. O destino desta feita era Kilwa, a Quiloa que ja foi portuguesa.
Sabia de antemao que haveria dificuldades pois ja tinha sido informado do mau estado da estrada, em especial com a agravar do mau tempo da semana anterior. Contudo nao fui preparado. O veiculo, sem traccao integral, nao foi de facto a melhor opcao mas contudo esse nem foi o principal problema. Com muita pena minha um dos bracos da transmissao partiu a cerca de noventa quilometros do meu destino e deixou-me apeado - mas nao desesperado. Se ha coisa a que estou acostumado e' a dificuldades. Pois bem, 'a passagem de um autocarro com rumo a Kilwa escondi a timidez e fiz-me passageiro. O autocarro esta completamente cheio e as pessoas olham-me com admiracao. O estado da estrada agrava-se ainda mais e inclusive por vezes e' necessario sair para que o veiculo possa ganhar altura ao atravessar enormes acumulacoes de agua. Informo-me melhor pelo caminho e sou obrigado novamente a interromper a minha viagem a cerca de sessenta quilometros do destino: fez-se muito tarde e eu tenho obrigacoes profissionais na segunda-feira. Ja sabia que nao haveria mais autocarros a partir para Dar es Salaam naquele dia mas estava a contar com outro transporte para o meu regresso.
No entanto, com a agravar do estado da estrada informaram-me que seria muito improvavel que conseguisse encontrar quem me trouxesse de volta. Saio do autocarro numa pequena aldeia e sinto-me outra vez alvo da curiosidade de todos. Falo um pouco com um anciao e aperto-lhe a mao. Ele fala-me na linguagem dele e eu digo-lhe o pouco que sei em kiswaili. Um ola e um como esta. Aguardo a passagem de autocarros mas todos eles se encontram completamente cheios. Nenhum para. Estou a cerca de cinco horas de Dar es Salaam no meio de nenhures e, o mais importante, nem sequer almocei. Comeco a pedir boleia inclusive a tudo o que e' veiculo que passa mas nada. O tempo passa. Ja ali estou ha mais de uma hora e ninguem para ate que finalmente um camiao TIR responde ao meu sinal. Vai para Dar es Salaam e eu vou com ele, encaixotado atras do banco do condutor com um outro passageiro, uma saca de cocos, garrafoes de agua e outras coisas que agora ja nao me recordo.
Era de noite e eu chegava a casa fatigado, sacudido por uma longa viagem e dormente pela ausencia de tempo de dormida na noite anterior. Nao cheguei ao meu destino. Por vezes ha que saber aceitar a derrota. E refazer os planos para uma proxima tentativa.

sábado, 17 de março de 2012

Mikumi National Park - Tanzania

Como comecar o relato de um dia completo pela savana africana, estranha aos olhos de quem esta mais habituado a uma cidade? Bom, para ser sincero, logo apos a minha viagem, o cansaco ditava que o texto incorporaria um parco fui, andei por la e voltei, esperando que as fotografias completassem o que ficou por dizer. Mandou o bom senso que esperasse, confiando que um outro dia me trouxesse as palavras certas que certamente iriam enriquecer a legenda das imagens presas na lente da maquina fotografica. Como esse dia nao chegou, decidi apenas contar aquilo que recordo, ainda que aos tropecoes.
Foi num domingo destes que decidi que era dia de finalmente realizar o tal safari que muito alimentava o meu imaginario desde que cheguei a Tanzania. Como o meu tempo livre peca sempre por escasso, a minha opcao de visita caiu sobre o parque nacional de Mikumi uma vez que a sua distancia a Dar es Salaam (cifrada em cerca de trezentos quilometros) se torna alcancavel por estrada no proprio dia, considerando tambem o regresso. O plano passava (e passou) por sair da cidade pela madrugada de domingo, chegar de manha, ver o maximo que o tempo me permitisse e voltar ja de noite. E assim foi, deitei-me a meia noite e as duas da manha estava a levantar-me. Vieram buscar-me e fizemos direccao a Morogoro pela noite fora. Tendo em conta a escuridao e o sono nao houve nada a contar ate que comecou a chuva: um rio caiu do ceu e a estrada tornou-se apenas visivel com os frequentes relampagos. Camioes e outros veiculos despistados comecaram a abundar pelas bermas escavadas por torrentes de agua. Estranhamente, o condutor do carro nao parecia nada afectado, o que ate me tranquilizava, apenas ate ao momento em que lhe gritei ja em cima de uma lomba. O carro voou por uns instantes e aterrou no asfalto. A estrada continua invisivel aos meus olhos enquanto o diluvio prossegue, ate que de repente abranda, e por fim cessa por completo. Assim sem mais nem menos. Eram seis da manha e comecava a amanhecer. A agua desaparecia das estradas a chegada a Morogoro – dai faltavam apenas uns oitenta quilometros ate a entrada de Mikumi. Sem mais sobressaltos la chegamos saos e salvos.
Eram oito da manha e eu informava-me dos precos a entrada. Um grupo formado exclusivamente por umas miudas europeias, quase todas loirinhas e com ares de nordicas, prepara-se tambem para entrar. Elas repartem-se por dois jipes alugados para o efeito e eu sou convidado a ir com elas. O meu condutor risse quando eu lhe digo que todos temos prioridades e que a minha de momento nao era a caca nem sequer a observacao dos animais: o pequeno almoco pareceu-me entao essencial. Compro a entrada no parque e a experiencia de um guia que nos acompanhara durante a viagem. Apos ter satisfeito a vontade do meu estomago, comeca finalmente o tal safari. Apanhamos o guia, uma moca local nos seus vintes, com escasso dominio do ingles falado. Pergunto-lhe logo que animais e’ que vamos ver ao que ela responde que depende: impalas, girafas, elefantes e muitos mais. Eu digo-lhe que quero ver os leoes porque tenho intencoes de levar um para casa no banco de tras do carro. O condutor risse mas ela responde que ver leoes so com sorte. Acrescenta ainda, muito seria, que e’ impossivel levar leoes para casa. Para mim, era so uma questao de saber convence-los mas enfim, ela e’ que e’ a guia, portanto assumo que ela deve saber do que fala. Ainda so tinhamos percorrido uns trezentos metros e ja eu dava de caras com uns bufalos. A guia comeca this is the bufallo, he eats grass. Eu, muito espantado, pergunto-lhe se de vez em quando tambem nao comem uns bifes. O condutor risse. Ela acho que nao percebeu. Logo de seguida surgem as impalas. This is the impala, he eats grass. Comeco a achar que esta guia representa os dez dolares mais bem gastos da minha vida. Avistamos uns gnus ao longe. This is the wildebeest, he eats grass. Mais valia darem uma cassete a entrada do parque pensava eu. Pelo caminho observam-se varias especies de aves, mais impalas, outras especies de aves, muitos mais impalas. This is an impala, he eats grass. This is a bird, he eats insects. Nao sei os nomes das aves mas ela tambem nao. A partir dai comeco a chamar tudo de perus ou galinhas, consoante o tamanho – acho que desta vez ela achou piada. Mas leoes nem ve-los. Ocorreu-me que se empurrasse a guia para fora do carro talvez eles aparecessem. Ai queria ver o que ela dizia. Avista-se ao longe um lago – paramos la perto e saimos do carro. Uns quatro ou cinco hipopotamos boiam tranquilamente uns em cima dos outros no centro do lago. This is the hippo, he eats grass. Instrutivo, sem duvida alguma – tecnicamente sempre correcta e nao lhe escapa nada. Mais a frente encontra-se um outro lago, apeamo-nos novamente e nada de hipopotamos. A guia diz-me que naquele lago ha e’ crocodilos. Pergunto-lhe se tambem comem a ervinha. No! The crocodile eats meat. Vivendo e aprendendo. Procuro e nada, crocodilos nem ve-los. Entretanto o motorista, sempre bem humorado, diz-me ainda entre gargalhadas para nao me chegar muito perto da borda do lago porque com os crocodilos nunca se sabe – podem estar bem perto sem que se vislumbrem. Parece-me uma informacao bastante util, talvez a melhor ate ao momento. Voltamos ao carro e continuamos pelo trilho ate que finalmente... This is the lions! E la estavam eles, dois machos deitados bastante perto do trilho. He eats meet. Digo a guia que por acaso essa ja sabia, para ela nao ficar a pensar que sou algum ignorante. O condutor, enquanto se vai rindo, aproxima o carro dos animais mas eles, apesar de ja terem dado conta da nossa presenca nem se levantam. Devem ter estado a comer recentemente e nem se mexem. Estava a espera de mais qualquer coisa para ser sincero. Isto e’ como pagar para ver os palhacos e nos levarem a assembleia da republica – pode ser parecido mas nao deixa de ser decepcionante. De repente, chega um jipe carregado de miudas loirinhas com ar de nordicas – devem ser do mesmo grupo que conheci na entrada e antes que me apercebesse ja havia um outro jipe cheio de indianos em cima de nos. E mais outro ainda a chegar. Pior que que o algarve em agosto, nao ha duvida. Digo para seguir caminho. De qualquer das formas estes tais de leoes estarem ali ou nao estarem era quase igual. Mais a frente avistamos uma girafa que com medo se poe em fuga, infelizmente sempre pelo nosso caminho ate que finalmente encontra mato mais denso. This is the girafe. He eats grass. Continua a viagem. Avistamos agora grupos de animais de varias especies. This is the zebra and the impalas. They eat grass. They are animal friends. Digo-lhe em jeito de gracola que os leoes tambem devem ser amigos, ja que os tinha visto muitas vezes na televisao a correr atras deles. Ela diz que nao. Surgem finalmente os elefantes. O condutor diz-me que com os elefantes e’ que convem guardar uma certa distancia porque, quando se sentem ameacados, podem investir contra o carro. Nao nos chegamos portanto muito perto mas ha um deles que se aproxima mais, quase que parece que veio de proposito para eu lhe tirar uma fotografia – que animal estupendo. The elephant eats grass. Ao longe o resto da manada segue o seu rumo e este meu recente amigo diz-me adeus e junta-se a eles, depois de ter estado calmamente a comer umas ervas tao perto de nos (de resto, a confirmar que a guia sabe do que estava a falar). Foi um excelente momento. Muito melhor que o dos leoes que so sabem estar deitados. Dai para a frente foi um pouco o mais do mesmo. Um desfile de imensos animais das especies ja referidos. De referir que tambem vi uns urubus (acho que eram urubus). Volta e meia tento sair do carro para tirar fotografias mas tendo em conta que ha leoes nas redondezas e que eles atacam por embuscada e’-me negado esse previlegio. A seu tempo o carro para a pedido da guia – ela sai, caminha uns bons vinte metros e eu, meio aparvalhado, penso se os leoes tambem respeitam as zebras quando elas estao nos lavabos. Sai do carro e faco o mesmo. Se os leoes forem todos como aqueles que vi antes bem que posso estar a mijar-lhes para cima que eles nem se chegam para o lado.
A viagem ate a saida do parque torna-se bem mais monotona. O cansaco comeca tambem a abater-se pela falta de dormida na noite anterior. Passamos novamente pelos leoes, que se encontram exactamente no mesmo sitio que horas antes. O condutor desta vez tenta passar ainda mais perto deles e sai do trilho, confiando no seu veiculo de traccao dianteira. O carro perde um pouco de traccao na erva mas la contornamos os leoes a cerca de um metro de distancia. Fecho o vidro da janela quando um deles se levanta – nao va entrar alguma mosca. Voltamos ao trilho e uns tipos de outro jipe fazem o mesmo. Os leoes agora parecem ja nao achar muita graca. Levantam-se os dois, andam cerca de dois metros e deitam-se outra vez. E’ o rei da selva, sem duvida. Chegamos finalmente ao ponto de partida. Despeco-me da guia e agradeco-lhe o tempo dispendido com uma gorgeta generosa. E’ hora de me fazer de novo a estrada de alcatrao. Dar es Salaam ainda esta a quase cinco horas de distancia. Ainda pelo caminho avistam-se muitos macacos pelas bermas da estrada. Sao engracados mas prefiro nao parar. Sao daqueles que tem os dentes muito grandes.




















quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Na Tanzania, ladrao nao e' profissao

Devia ser Novembro quando ao passar de carro por uma das areas menos nobres de Dar es Salaam dei com um grande ajuntamento de pessoas num incomum frenezim. O meu motorista disse-me na altura que alguem teria sido identificado a roubar e que o castigo estava a ser aplicado. Ninguem chamou a policia. Aqui a policia nao serve para estes casos. Nesta parte do mundo, o castigo remete para a morte do deliquente no seguimento de uma especie de julgamento popular, em que justica e sentenca sao aplicados no momento. Na verdade, nao ha julgamento algum, so a sentenca.  Devo dizer que isto nao foi nada que me tenha chocado mas tambem apenas me recordo da euforia de uma multidao anonima. Em ultima analise, nao vi nada de extraordinario.
 
Hoje de manha um sujeito roubou uma mota e arrancou com ela a alta velocidade por uma rua fora. Uns quantos individuos assitiram ao delito e lancaram-se numa perseguicao que terminou perto de minha casa, quando o perseguido cometeu um erro e caiu da mota ao fazer uma curva. Ninguem chamou a policia. Aqui a policia nao serve para estes casos. As pessoas correm e comecam a juntar-se. Trazem paus, catanas e outros tantos objectos apanhados a pressa. O ajuntamento popular caminha em numeros para uma pequena multidao ate que fumo e chamas comecam a romper o cerco. Faz-se uma clareira no centro do frenezim e no meio do que resta da borracha de pneus ardidos jaz um corpo desprovido de vida, queimado e fumegante. A multidao dispersa e eu posso finalmente percorrer a pequena distancia que me separa de casa.
Por fim, a policia chega. Nao ha muito para dizer. Aqui a policia nao serve para estes casos.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

BG Group to Invest $20B in Tanzania Gas Exploration

NAIROBI - BG Group PLC plans to invest up to $20 billion to extract gas in Tanzania, The Guardian newspaper reported Wednesday.
BG Chairman Robert Wilson is quoted as having told Tanzanian President Jakaya Kikwete that Tanzania has to prepare its economy to handle such an amount of money.
"We are planning to invest between $10 billion and $20 billion in second half of this decade in gas and the Tanzanian economy," Wilson is quoted as saying.
BG has discovered huge reserves of natural gas in three wells, including a deepwater one, in the Indian Ocean, the daily says.
The firm has invested $500 million in gas exploration in the country last year and it will invest the same amount this year, Wilson said.
Wilson called on the government to join efforts to counter challenges in exploration and production of gas in the Indian Ocean, especially in dealing with pirates originating from Somalia, the daily says.
BG entered Tanzania last year with the purchase of 60% of Ophir Tanzania Ltd., which had a contract with the government and the Tanzania Petroleum Development Corp. for exploration of gas in the Indian Ocean, the daily says. (in RIGZONE)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A “quinta” dos crocodilos em Bagamoyo - Tanzania

Saio do centro de Bagamoyo em direccao a sudeste, como se fosse para a cidade velha. Antes de chegar a Kaole existe uma exploracao de crocodilos que pode ser visitada - o Kaole Mamba Ranch (Mamba significa crocodilo em kiswahili). Esta integra uma serie de crocodilos do nilo nas suas instalacoes com vista a exportacao das suas peles para a industria europeia de calcado e acessorios de moda. Informam-me que tambem a sua carne e’ vendida para consumo humano. Pois bem, ja aqui estou, resolvo proceder a visita das instalacoes. Negoceio o preco com o responsavel da “quinta” e la vou eu em direccao a uns recintos de cimento que ao longe ja me parecem bastante sugestivos. Aproximo-me e e’ tudo o que eu esperava.

Os primeiros recintos sao mais pequenos e albergam crocodilos de tenra idade e a medida que os percorro as suas idades (e tamanho) comecam a aumentar, ate que por ultimo, observo dois animais isolados, com cerca de quatro metros de comprimento. Explicam-me que tem que os manter separados por tamanhos para precaver a possibilidade dos maiores se alimentarem dos menores. Visito os locais onde as femeas nidificam e poe os ovos assim como o local designado para os matar e esfolar, procedimento esse que me explicam ao pormenor. Por fim, assisto ao processo de alimentacao dos crocodilos maiores.
Nao me aproximei muito deles mas posso constatar que os crocodilos parecem muito simpaticos. Estao sempre sorridentes.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Continuando por Bagamoyo – Tanzania

A visita pelos caminhos da historia e cultura abriu o apetite e por isso nada melhor do que continuar a percorrer os locais de interesse mas por onde tambem se possa encontrar restaurante. Esta busca levou-me a praia, onde se situam alguns hoteis com resturantes e escolho o Livingstone Club (em honra do famoso explorador missonario que tambem por aqui passou). O hotel apresenta uma disposicao deliciosa. De frente para a praia, um extenso terraco prelonga-se numa piscina e continua por salao de jantar interior e exterior. O edificio assemelha-se a uma casa tipica da regiao mas em ponto grande, com dois andares e um longo telhado de colmo. Infelizmente a cozinha e’ tipicamente continental e e’ francamente pobre em peixes, mariscos e afins.




Apesar de desapontado com a ementa reconheco que o local e’ excelente: de onde me sento vislumbro o extenso areal, o mar e as artes da pesca. Mudo de ideias: ponho a fome de parte e vou antes para uma caminhada pelo areal, onde sou imediatamente abordado por vendedores de arte local. Dada a sua insistencia, sou praticamente obrigado a comprar umas recordacoes. Quando me largam faco finalmente caminho pelo areal fora. A mare sobe rapidamente e os pescadores comecam a voltar a terra. Nao ando mais que um quilometro para sul de onde ja vislumbro o centro e o pequeno porto da cidade mas o sol comeca a queimar. Volto para tras e obedeco por fim ao estomago.

Apos o almoco realizo uma pequena visita ao hotel. O grande edificio serve apenas de restaurante e bar, desenvolvendo-se pela periferia o dormitorio que consiste numa serie de bungalows de pequena dimensao. Faz-se hora de partir. Pelo caminho faco apenas um pequeno e breve desvio pelas salinas e de seguida visito o mercado do peixe.
Aqui recebe-se o peixe directamente dos barcos e trata-se de os vender e cozinhar. Por entre exemplares deconhecidos reconheco camaroes de varias dimensoes, chocos, lulas, polvos, barracudas e percas. Mais a frente, na seccao de cozinhados fritam-se cardumes de pequenos peixes em grandes “alguidares” metalicos, semelhantes a um wok. Pedem-me dinheiro pelas fotografias que tiro “mister each photo one dolar” e eu sinto-me mais inclinado a comprar-lhe uns peixes do que a dar-lhe dinheiro so porque tirei umas fotografias. As pessoas aqui sao muito pobres mas o meu caminho ainda e’ demasiado demorado para carregar peixe fresco – o mais certo era chegar cozinhado a casa.


Volto para o carro e sigo em direccao a cidade velha. Passo por alguns edificios coloniais que ainda resistem ao tempo e continuo para norte, onde existe uma especie de quinta onde se criam crocodilos. E' mesmo para la que eu vou.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Statoil confirms indications of gas offshore Tanzania

Statoil and partner ExxonMobil confirm that the Zafarani-1 well in Block 2 offshore Tanzania has encountered indications of natural gas in a good quality reservoir.
Tanzania mapDrilling operations are still on-going and it is too early to give any indication of size and commerciality.
The well was spudded in early January 2012 and drilling operations are expected to take up to a total of 3 months to complete.
The well is being drilled by the drill ship Ocean Rig Poseidon and is located some 80 kilometres off mainland Tanzania.

Bilde








It is the first exploration well that has been drilled in the licence which covers an area of approximately 5,500 square kilometers. The water depth at the well location is 2,582 meters and the well itself is planned to reach a total depth of 5,150 meters.
Statoil operates the licence on Block 2 on behalf of Tanzania Petroleum Development Corporation (TPDC) and has a 65% working interest with ExxonMobil Exploration and Production Tanzania Ltd. holding the remaining 35%.
Statoil has been in Tanzania since 2007 when it was awarded the licence for Block 2.
“TPDC is pleased about these preliminary results and is eagerly awaiting further information on this operation,” says Yona Killaghane, Managing Director of TPDC.
The final assessment of what has been encountered will be released at a later stage once drilling operations have been completed and the well results fully analysed. (in Statoil)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

A Historia de Bagamoyo, Tanzania

Num destes fins de semana atrasados fiz-me a estrada e rumei a noroeste de Dar es Salaam. Acho que foi num domingo muito solarengo. Mas nao interessa – aqui quase todos os dias sao solarengos e os domingos nao sao excepcao. O caminho foi tracado para Bagamoyo e ao longo do trajecto avalio, com alguma surpresa, a boa conservacao do pavimento pelo que os setenta quilometros que separam as duas cidades se fazem em menos de uma hora – marca bastante mais aceitavel que as tres horas de viagem associados ao trajecto anterior a este. Talvez a cidade tenha recebido a fortuna de uma estrada de ligacao recente por ser berco do actual presidente. E merece. O tempo a sombra de Dar es Salaam deixou-a esquecida e ao abandono mas esta novo rodovia e o novo investimento estrangeiro parece querer ressuscita-la para uma nova vida suportada pelo turismo. Bagamoyo e’ um local banhado pelo Indico, de frente para a ilha de Zanzibar, e onde a historia nao se quer deixar apagar. Mas vamos por partes.

Kaole e a terra dos Zinj
Os registos historicos da Tanzania comecam com os visitantes ocasionais da costa este africana que primeiramente a apelidaram de Azania, mas que mais tarde se passou a designar simplesmente por terra dos Zinj (terra dos negros). Por entre registos historicos pouco precisos encontram-se evidencias de comunidades costeiras isoladas mas relativamente desenvolvidas que inclusivamente chegaram a ter trocas comerciais com romanos e mais tarde com mercadores Arabes. Estes ultimos, em conjunto com os Persas, instalaram-se finalmente por estas terras e fundaram as suas pequenas cidades entre os anos de 800 e 1200. 
Este evento criou um novo registo genetico local e tambem uma nova lingua, o kiswahili, que chegou aos dias de hoje como a lingua oficial da Tanzania. A maior dessas cidades era Kilwa Kisiwani (Quiloa) de que restam apenas as ruinas a 260 quilometros a sul de Dar es Salaam, mas que durante muitos seculos sustentou o porto comercial por onde passaram escravos, ouro e marfim provenientes do Zimbabwe. Kaole, situada a cerca de 5 quilometros a sudeste da actual cidade de Bagamoyo, tinha fortes ligacoes comerciais com Kilwa e tambem com Mombassa, a norte.             
A chegada e partida dos portugueses
Em 1488 Bartolomeu Dias dobrou o cabo das tormentas e este tornou-se em cabo da boa esperanca. A partir dai a costa este africana esteve sob dominio portugues por cerca de duzentos anos. Apesar do intuinto principal de chegar a India, a rota das especiarias portuguesa passava tambem pela Tanzania para outras trocas comerciais que nao sao lembradas aqui como pacificas. Tendo em conta que as comunidades aqui instaladas eram muculmanas muito provavelmente a chegada das caravelas da cruz de Cristo nao foi vista com bons olhos. Kilwa foi atacada e tornada portuguesa por alguns (mas poucos) anos e nas suas actuais ruinas ainda se encontra uma muralha de construcao portuguesa. Mombassa tambem foi tomada mais tarde e sabe-se que houve muita violencia aplicada nestas accoes. A historia sugere que os portugueses tambem tinham conhecimento acerca de Kaole mas nao ha registo de confrontos. Contudo, ja no seculo dezassete, os portugueses deixaram a Tanzania, sendo empurrados pelas forcas arabes para sul, ate Mocambique. Ficaram para tras apenas alguns canhoes ferrugentos.
Zanzibar e a actual Bagamoyo
Entrando pelo seculo dezoito e caminhando para o seculo dezanove, Zanzibar, de onde os portugueses tambem foram proibidos de entrar, substitui aos poucos Kilwa como o principal centro de comercio da regiao e a riqueza concentra-se nos sultoes arabes que dominam a ilha. Inglaterra, Alemanha, Franca e alguns outros apressaram-se a concentrar as suas atencoes na ilha e esta torna-se num intenso porto de comercio de escravos. Dada esta afluencia de trocas comerciais em Zanzibar torna-se necessaria uma plataforma no continente e Kaole, apenas a cinquenta quilometros da ilha, e’ a escolha obvia. Nao se sabe bem como mas por cerca de meados do seculo dezoito surge pela primeira vez Bagamoyo, apenas como uma pequena comunidade quase as portas de Kaole. O que e’ certo e’ que o tempo fez com que Bagamoyo crescesse e Kaole declinasse.
No seculo dezanove a Tanzania e’ ocupada pelos alemaes e este passado colonial ficou bem marcado em Bagamoyo. Edificios como a igreja, o pequeno forte e alguns outros ainda se encontram preservados. Junto a missao catolica encontro um vendedor ambulante que tem na sua posse, por entre outras coisas, uma serie de moedas antigas e eu, interessado, compro-as todas: desde coloniais alemas ainda do seculo dezanove, britanicas do inicio do seculo vinte e tantas outras ja com cunho da actual Republica da Tanzania. Dois passos adiante, situa-se o museu catolico ao lado da igreja que pode ser visitado todos os dias e vale mesmo a pena: a contextualizacao historica e’ essencial para perceber minimamente todas estas mudancas que culminaram no   empobrecimento desta actual cidade de pescadores.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Aminex Encounters Strong Gas Shows with Tanzanian Well

East Africa and US-focused independent oil firm Aminex announced Wednesday that its Ntorya-1 exploration well in the Ruvuma Basin (*), onshore Tanzania, has encountered strong gas shows in good-quality reservoir sand after having drilled to a depth of 9,020 feet (2,750 meters).
The reservoir sand was encountered at a depth of 8,725 feet (2,660 meters).
A logging program will begin shortly to evaluate the new section drilled below 8,200 feet (2,500 meters) and a further update will be provided after the logging program has been completed.
The Ntorya-1 well is designed to test the high-quality Basal Tertiary and Upper Cretaceous sands previously encountered in the Likonde-1 well, 9 miles (14 kilometers) to the north.
Participants in the deepening of the well below 8,200 feet include operator Ndovu Resources (Aminex), with 75 percent, and Solo Oil (25 percent). (in RIGZONE)



(*) Ruvuma basin (in Aminex)

LicenceSurfaceLicence Ownership
Ruvuma12,153km2Ndovu (Aminex) Operator56.25%
>90% OnshoreTullow Oil25%
Solo Oil Plc18.75%

  • Ruvuma is one of the last under-explored major river basins in Africa, with onshore and offshore prospects present in both Tanzania to the north and Mozambique to the south.
  • Aminex and partners hold the rights to virtually all the onshore Tanzanian acreage in the basin.
  • Exxon-Mobil, BG, Statoil and Ophir hold contiguous, adjoining offshore acreage. On the Mozambique side, Anadarko and partners drilled the Windjammer deep water gas discovery in early 2010 and have an ongoing drilling programme.
  • Likonde-1 was drilled by Aminex and partners in early 2010 and TD’d at 3,647 metres.
  • Likonde-1 intersected two sandstone intervals of over 250 metres (820 feet) combined thickness with high gas readings and physical evidence of residual oil. Drilling had to be terminated in the deepest objectives due to high gas influx.
  • Seismic reprocessing has been undertaken to aid evaluation of nearby leads.
  • Drilling of Ntorya-1 well to the south of the Likonde location planned for Q4 2011

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

SMi Conferences: Unconventional Gas, 14th and 15th March 2012, London

With the potential for unconventional gas exploration across Europe now fully being understood, discovered and optimised, comparisons are being drawn between Europe and 'boom' in North America. This emerging source of energy is continuing to take centre stage in the media, in energy markets and throughout environmental legislation. With new plays being discovered and exploited, the global energy market is being shaken up as countries realise their energy independence and assets.
SMi's 5th annual Unconventional Gas conference will, over 2 days amongst industry leaders, evaluate all forms of unconventional gas exploration and production in the UK, Europe and throughout the Southern Hemisphere. This conference will provide global activity updates from leading companies, discussion of the latest policy and regulation, evaluation of the forthcoming UK licensing round, and opportunity to network with industry leaders. (in Smi)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Galp Energia anuncia nova descoberta de gás natural de grande dimensão no offshore de Moçambique

A Galp Energia, parceira do consórcio para a exploração da Área 4 na bacia de Rovuma, no offshore de Moçambique, anuncia uma nova descoberta de gás natural de grande dimensão no prospeto Mamba North 1, localizado naquela área. O poço de descoberta encontrou um potencial de 212,5 mil milhões de metros cúbicos (7,5 tcf) de gás no jazigo.
Após a descoberta do Mamba South em outubro de 2011, esta nova descoberta vem aumentar o potencial de gás no complexo Mamba na Área 4 para 850 mil milhões de metros cúbicos (30 tcf).
O poço Mamba North 1 está localizado numa profundidade de água de 1.690 metros e atingiu uma profundidade total de 5.330 metros. Este poço encontra-se a cerca de 23 quilómetros a norte da descoberta Mamba South 1 e a 45 quilómetros da costa de Cabo Delgado. O poço da descoberta encontrou um total de 186 metros de reservatório de gás natural em areias oligocénicas e paleocénicas de elevada qualidade.
Durante o teste de produção, o primeiro a ser feito no offshore de Moçambique, o poço produziu gás de elevada qualidade a uma taxa, ainda que condicionada pelos equipamentos de superfície, de um milhão de metros cúbicos por dia e volumes menores de condensado. Estima-se que de acordo com a configuração de produção final, a produção de gás por poço seja superior a 4 milhões de metros cúbicos por dia.
Durante 2012, o consórcio pretende perfurar cinco poços adicionais em estruturas próximas, de modo a inferir sobre o potencial adicional de recursos no complexo Mamba.
A Galp Energia detém uma participação de 10% no consórcio que explora a Área 4, cabendo 70% à Eni (operadora), 10% à KOGAS e 10% à ENH. (in cmvm)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Afinal, baia de M’Nazi - Tanzania

Vim para trabalhar mas afinal houve atrasos e os planos feitos desfizeram-se. Ha mais tempo para desfrutar da regiao e felizmente ha muita coisa para ver. Dou conta que devo estar relativamante perto da costa e inclusive descubro so muito mais tarde que me encontro na chamada baia de M’Nazi. O nome nao e’ facil mas a ignorancia nao desculpa tudo. Contudo, o importante e’ mesmo saber que a cerca de dois ou tres quilometros a leste do acampamento posso encontrar o Indico. E e’ para la que eu vou. Faco-me a pe a estrada e la vou eu direito ao mar, passando por um pequeno aldeamento. O caminho de barro passa a areao branco repleto de conchas e, ainda por terras de arvoredo, sinto o vento que vem da costa. As arvores comecam a reduzir-se em porte e em quantidade ate que finalmente alcanco uma pequena aldeia de pescadores. A mare esta baixa  e ha um extenso campo de lodo a separar a areia do mar. Para os locais sou a noticia de ultima da hora e muitos querem falar comigo mas nem eu domino o Kiswaili nem eles se mandam para linguas por mim conhecidas. Caminho pela extensa planicie que me separa do mar e entre fotografias vislumbro conchas exoticas, embarcacoes ancoradas, as lides da pesca e quem as pratica. Os locais aproximam-se de mim para fazer venda de peixes, moluscos e caranguejos mas infelizmente nao vim prevenido com dinheiro - carteira e passaporte nao sao coisas que carregue comigo pelo meio do mato. A mare comeca a subir, e dado que o desnivel e' milimetrico, a nocao de mare torna-se bem mais proxima que o habitual. Faz-se tempo de voltar e o caminho de retorno e' realizado debaixo de um sol abrasador. Ao jantar sao servidos caranguejos, dos mesmos que me tentaram vender durante o dia, e nao sei se me faco menos encarnado do sol que os ditos crustaceos depois de terem passado pela panela.