quarta-feira, 29 de abril de 2015

Novo campo no 'offshore' angolano já produz 60.000 barris de petróleo por dia

Lusa
A petrolífera italiana Eni anunciou hoje o início da produção de petróleo em novos campos do bloco 15/06, no 'offshore' angolano, 350 quilómetros a nordeste de Luanda, registando já um volume de 60.000 barris de crude por dia.
 
De acordo com um comunicado da petrolífera, enviado hoje à Lusa, a produção no denominado campo "Cinguvu" arrancou há duas semanas, antes do previsto, juntando-se ao campo "Sangos", a operar desde novembro no mesmo bloco, em águas profundas angolanas, com profundidades entre os 1.000 e os 1.500 metros.
Este projeto de desenvolvimento da produção de petróleo pela Eni, nesta zona, envolve ainda os campos Mpungi, Mpungi Norte e Vandumbu, poços organizados num sistema de 'cluster' e ligados à FPSO (Floating Production, Storage and Offloading, em inglês) N'Goma.
Esta unidade, semelhante a um grande petroleiro, tem mais de 340 metros de comprimento por 50 de largura, capacidade para armazenar 1,5 milhões de barris de petróleo e para processar 100.000 barris por dia.
Os dois campos em produção neste bloco garantem já 60.000 barris de petróleo por dia. Contudo, a Eni estima que com a entrada em funcionamento do campo Mpungi a produção desta área se eleve a 100.000 barris diários, até ao final do ano.
Citado na mesma informação, o presidente executivo da Eni, Claudio Descalzi, sublinhou que estes dois poços entraram em operação "dentro do prazo e do orçamento" definido, confirmando o "excelente desempenho" da petrolífera italiana em termos de "eficiência, tecnologia e inovação".
A Eni garante ainda que são esperadas novas descobertas no bloco 15/06, onde a petrolífera descobriu reservas de três biliões de barris que em apenas 44 meses - após o anúncio da descoberta comercial - já estavam a fase de extração.
Aquele bloco é operado pela Eni, que tem uma quota de 35 por cento no grupo empreiteiro, no qual a estatal angolana Sonangol (35%) é a concessionária e que conta ainda com a participação da SSI Fifteen Limited (25%) e da Falcon Oil Holding Angola (5%).
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, com cerca de 1,8 milhões de barris por dia, mas devido à quebra na cotação internacional de crude, o peso das receitas petrolíferas deverá descer este ano para 36,5%, face aos 70% de 2014, na perspetiva do Governo." (in SAPO)

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Ferreira de Oliveira despede-se hoje da Galp

"O novo presidente da Galp Energia, Carlos Gomes da Silva, terá um orçamento anual entre os 1,2 e 1,4 mil milhões de euros para investir, sobretudo na exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil e em Moçambique.
O futuro presidente executivo da Galp, Gomes da Silva, deverá hoje assumir o cargo após a assembleia-geral, onde serão votados os novos órgãos sociais, sendo que Ferreira de Oliveira despede-se com uma nota de louvor dos acionistas.
A Galp Energia anunciou a 20 de março a proposta do acionista principal, a Amorim Energia, para a nova administração da empresa para os próximos quatro anos, em que as alterações mais fundamentais foram a substituição de Ferreira de Oliveira, na petrolífera desde 2007, por Carlos Gomes da Silva na presidência executiva e a saída de Palha da Silva, que assumiu recentemente a presidência do conselho fiscal da Tranquilidade.
Américo Amorim afirmou, na altura, que pretendia propor a liderança da equipa executiva a Carlos Gomes da Silva, "que anteriormente exerceu várias funções diretivas na Galp Energia e é seu administrador executivo desde 2008", considerando-o um "profissional com profundo conhecimento da empresa e dos seus negócios".
O novo presidente da Galp Energia terá um orçamento anual entre os 1,2 e 1,4 mil milhões de euros para investir, sobretudo na exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil e em Moçambique.
Além disso, Carlos Gomes da Silva entra a meio das investigações por suspeitas de corrupção na Petrobras, a petrolífera brasileira parceira da Galp na exploração de petróleo no Brasil, que está a provocar atrasos em alguns projetos.
O plano da petrolífera prevê um crescimento anual médio da produção de petróleo e gás entre 25% e 30% no período 2014 a 2020, o que é "uma taxa ímpar no setor", adiantou.
O negócio do gás, em que se move o futuro presidente, também tem corrido de feição à empresa, com as vendas a crescerem 5% em 2014, para 7,5 milhões de metros cúbicos, o que representa um valor recorde.
Carlos Gomes da Silva terá pela frente várias batalhas judiciais se o novo Conselho de Administração der seguimento a todas as lutas que Ferreira de Oliveira anunciou, para contestar uma "onda de legislação dirigida quase explicitamente" à petrolífera nacional.
Em causa estão o alargamento da Contribuição Sobre o Setor Energético (CESE), que custará cerca de 150 milhões de euros, uma multa de 9,3 milhões de euros, aplicada pela Autoridade da Concorrência (AdC) por práticas anticoncorrenciais no mercado do gás engarrafado, e ainda a obrigação de vender combustíveis simples nos postos de abastecimento, a partir de meados de abril." (in Expresso)