segunda-feira, 25 de abril de 2011

Alqueva, 22 de Abril


Terminei o arrumar da mochila já muito tarde e, ainda por fim, imprimi os mapas. Deu mais trabalho do que esperava mas estava preparado: tenda, saco-cama, bússola e tudo o mais encaixado numa mochila que me parecia demasiado pesada. Agora já não sobrava muito tempo para dormir mas tanto pior. Depois de três horas na cama estava eu a madrugar para estar presente no ponto de encontro às seis da manhã.
O contorno a pé da albufeira da barragem do Alqueva, avaliado em noventa e cinco quilómetros, fora bem planeado mas não era esperado fácil. No entanto, e apesar das previsões de possível mau tempo, lá fomos nós para o que seriam quatro dias de caminhada.
Saímos de Lisboa e apontámos o carro na direcção de Reguengos de Monsaraz, que seria o início e fim do trajecto. Chegámos naquela sexta-feira santa ainda com a população a acordar e com o céu muito carregado de nuvens escuras. Procurámos sítio para pequeno-almoço e encontrámos uma padaria e um café já abertos. Neste ultimo, depois de curto repasto e com a moral em alta fez-se tempo de pôr a mochila às costas e começar a andar. O plano para o primeiro dia consistia em sair de Reguengos em direcção a Alqueva, com paragens em São Marcos do Campo e Amieira. A pernoita seria em local incerto, dependendo do progresso, possivelmente algures a chegar a Alqueva.
Contudo o tempo não ajudou. A passada ia larga, apesar do peso nas costas, mas ao chegar a São Marcos do Campo, apenas a dez quilómetros da partida, a chuva começou a cair bem. Abrigámo-nos no café da terra por meia hora e decidimos voltar para trás quando apanhámos uma aberta – as nuvens que aí vinham não prometiam coisa boa.
Assim foi; fizemos o caminho inverso e, após alguns ciclos de secagem e molhagem, alcançámos novamente o carro. Para não dar o dia como perdido, e como ainda íamos a tempo, decidimos ir almoçar a Monsaraz, a cerca de quinze quilómetros de Reguengos. Pelo caminho a chuva intensificou ao ponto de se tornar num enorme temporal e aí o praguejar tornou-se a palavra de ordem, visando em especial os meteorologistas que previam uns possíveis aguaceiros para a data.
O almoço acalmou os ânimos e o vinho aqueceu o corpo. Apesar de não me ter deliciado com as famosas migas é dada a nota máxima para a gastronomia da região – a qualidade é contudo proporcional ao preço.
A tempestade lá fora amainou e foi finalmente possível contemplar a grande albufeira que nos tínhamos proposto circundar. Do topo do castelo vislumbra-se água quase por todas as direcções. Descemos finalmente à albufeira onde a chuva volta e se intensifica novamente. Voltamos a Lisboa, com a promessa de cumprir o percurso traçado numa outra ocasião.














sábado, 23 de abril de 2011

Serra de São Luis, 17 de Abril

Eram dez e meia da manhã e estávamos a sair de Lisboa em direcção a Setúbal.
Desta feita, optámos por renegar o tradicional almoço volante e antes apostar na gastronomia das redondezas. A região é também conhecida pelos seus sabores e portanto não nos desapontou: o choco estava bem frito e as primeiras sardinhas do ano, apesar de pequenas, estavam gordinhas e bem assadas. O bom tempo e o almoço na esplanada fez cheirar a verão mas não havia tempo para ficar sentado - o que nos levou a Setúbal foi "apenas" a proximidade da Serra de São Luís.
Pegámos no carro e num instante chegámos à capela de São Luís da Serra, erguida em nome do santo ao qual os pastores pedem auxilio, à semelhança de Santa Bárbara no que se refere aos mineiros. O programa de caminhada traçado era bastante curto (apenas oito quilómetros) e, apesar do tempo perdido com fotografias e de um pequeno desvio do percurso para melhor admirar a panorâmica das redondezas, ainda houve tempo para uma breve passagem de carro pela Serra da Arrábida, junto ao Portinho. Fez-se finalmente horas de regressar a Lisboa, onde nos esperavam os primeiros caracóis do ano.
Portanto, foi um domingo em cheio.











sexta-feira, 22 de abril de 2011

Praha - Česká republika

Já passaram quase duas semanas desde que estive em Praga e recordo ainda, com muita pena, o facto de não ter aprofundado a minha visita à cidade. Mais uma vez o tempo entre transportes era escasso, proporcionando-se apenas uma curta visita à cidade.
E lá fui, de bagagem às costas, a deambular pelas ruas que se avizinham da estação dos comboios. O tempo estava chuvoso e havia muito tráfego aquela hora mas mesmo assim o passeio tornou-se interessante. O comboio deixou-me na estação central que se situa no centro histórico da cidade. Daí foi apenas uma questão de achar o rumo certo e de dar uso às pernas. Contudo, cedo a pesada mala se tornou na minha ancora e não me permitiu afastar muito da paragem do autocarro que me levaria ao aeroporto - existem cacifos na estação mas infelizmente faltaram-me as koronas.
Espero lá voltar no futuro, com o tempo que nunca tive.






sábado, 2 de abril de 2011

Pelos trilhos da Moravia

Ha muito tempo que aprendi a maxima do nunca digas nunca mas estou bastante seguro de que esta sera a minha ultima aventura aqui na Republica Checa. A possibilidade de voltar a esta regiao um dia é bastante reduzida e, por isso, tenho aproveitado para conhecer as pequenas cidades e vilas que por aqui se encontram espalhadas.
Contudo, a envolvente natural suplanta de sobremaneira o edificado historico da regiao. Nao é facil encontrar pontos de interesse urbano ou museus dignos de nota. Excepçao feita em Ostrava, onde me faltou visitar o museu mineiro que, de alguma forma, pretende caracterizar uma regiao de ascençao recente devido à revoluçao industrial e a procura de carvao. Fora isso, desconheço o que mais se pode encontrar aqui de assinalavel. Passei recentemente por Koprivnice onde se encontra o museu da Tatra, a famosa marca automovel, mais conhecida alias pelos camioes que produz. Aconselho a visita, até porque eu nao tive tempo para mais que um breve instante com as maquinas devido ao pouco pratico horario de funcionamento do museu.
De resto, ha uma torre aqui e uma igreja ali. Mas nao muito mais. Claro que me encontro numa regiao rural, por isso as expectativas nao podem ser muito grandes no que respeita a edificios com interesse historico.
Contudo sempre acreditei que se deve encarar a vida pela positiva. Muito bem, felizmente, por aqui ha montanhas, lagos e cerveja checa. Ja é bastante bom.

Houvesse so mais sol...