quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Parque mineiro da Cova dos Mouros em Alcoutim


Os passeios pelo interior Algarvio estenderam-se a outro dia e desta feita ate ao Concelho de Alcoutim. De passagem, mereceu destaque outro sitio de interesse mineiro da regiao - o parque mineiro da Cova dos Mouros - situado a cerca de trinta quilometros a oeste de Alcoutim.
A actividade mineira da regiao remonta a tempos pre-historicos e ao longo tempo foram reunidos varios vestigios arqueologicos que retratam as varias ocupacoes e actividades de diversas epocas. Parece-me que o objectivo do parque seja mesmo mostrar essa mesma actividade e a evolucao da laboracao, desde o Calcolitico, passando pelos romanos, arabes e ate ao tempos mais modernos dos seculos XIX e XX, em que a extracao de processava ja com o auxilio de maquinaria.
Geologicamente, esta zona encontra-se associada 'as pirites alentejanas, isto e', 'a exploracao de sulfuretos macicos - em particular, ao cobre - e estende-se desde a Andaluzia, passando por parte do Algarve e Alentejo. Esta provincia metalogenetica denomina-se por Faixa Piritosa Iberica e e' mundialmente conhecida no contexto do mercado de minerio, ate porque apresenta importante actividade actual de producao de concentrado de cobre na Mina de Neves Corvo, uma das maiores minas subterraneas da Europa.
Infelizmente, estes passeios fora de epoca balnear coincidem com o abrandamento da actividade turistica no Algarve, sempre pautada pela sua sazonalidade, o que muitas vezes significa que os locais a visitar estao encerrados. E foi o caso: fizemos um desvio de algumas dezenas de quilometros para aqui passar e, por estradas e estradinhas, la chegamos ao local - mas so para dar com os cedeados no portao e nem vestigio recente de vivalma. Ainda deu para espreitar por cima da cerca e ver uns pequenos vagoes de transporte mas foi muito pouco...
Nao planeio uma visita futura para breve, o que e' uma pena. Vai ter que ficar "para uma proxima".

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Mina de Sal Gema em Loule: Campina de Cima C-17

 
O Algarve e' um excelente destino para passeios fora de epoca estival. Neste periodo do ano ha bom tempo sem que se produza um calor abrasador e nao ha - sobretudo - a molhada de gente que se muda da cidade para ir a banhos. A semana anterior ao Natal foi, tal como no ano passado, alvo de passeios pela Serra Algarvia, incluindo ate um roteiro de interesse geologico-mineiro que ficara frustrado no ano anterior: a mina de sal gema de Loulé.
A mina situa-se na freguesia de S. Clemente, concelho de Loulé, distrito de Faro e denomina-se Campina de Cima C-17.
Trata-se de uma exploração mineira gerida pelo Grupo CUF desde 1964, numa altura em que se utilizava o sal proveniente desta mina para a indústria química. Desde 2004, o sal aqui extraído servia apenas para a utilização nas estradas para combater o degelo e para a indústria das rações. Uma diminuição na produção que levou a que o Grupo pensasse numa forma de rentabilizar o espaço ao invez da sua completa desactivacao.
 
Em 2009 noticiava-se a ideia de criar um Centro de Recepção e Interpretação na Mina, um espaço único e inovador em Portugal que consistiria na instalação de um hotel dentro das galerias subterrâneas, um museu, um storage e ainda zonas de lazer e culturais. A CUF surgia como promotora do projecto e angariadora de investidores para financiar este empreendimento e a parceira Câmara Municipal de Loulé revelava entao o objectivo de fazer da Mina de Sal Gema um pólo turístico e cultural da região. 'A data, a noticia foi acolhida com alguma pompa e circunstancia e circulou o esboco do projecto que inclui ate a preservacao da actual torre de acesso a mina (imagem ao lado, in cbarq.pt).
Ora, logo 'a chegada, facilmente se constata que este plano nao se concretizou. Aparentemente, procedeu-se a desactivacao do espaco e infelizmente hoje em dia este nem pode ser visitado, salvo em certos eventos especificos.

Da mina extraia-se minério de sal-gema proveniente dum diapiro com estrutura em domo. Este diapriro de Loulé encontra-se localizado a SW da Península Ibérica e é de pequenas dimensões, a espessura ronda os 800m e os flancos conferem-lhe um contorno elíptico. O eixo do anticlinal está orientado WSW – ENE e encontra-se controlado estruturalmente por uma grande falha (Aproximadamente E-W). Analogamente, existem, no Algarve, os diapiros de Faro, Tunes, Moncarapacho e Santa Bárbara de Nexe, pertencendo todos ao Complexo Evaporítico da Bacia Algarvia, uma província geológica de idade Mesozóica. Estratigraficamente, os complexos evaporíticos existentes fazem a passagem dos materiais Mesozóicos, para a Base Hercínica. Estes fenómenos ocorrem a W e S de Portugal Continental, correspondendo respectivamente às Bacias Lusitâniana e Algarvia. O diapiro encontra-se encaixado em rochas do tipo calcários, margas e dolomitos de idade Jurássica (Caloviano, Kimeridgiano - Oxfordiano, Kimeridgiano). À superfície encontramos as Areias de Faro-Quarteira do Plistocénico, sobrejacentes ao diapiro.
Segundo Manuppela (1988) o fenómeno de diapirismo iniciou-se no Jurássico inferior (Dogger). Actualmente, o minério é datado de 300 Ma (+-10 Ma), que equivale ao período Carbónico. O domo salino formou-se através de um fenómeno de halocinese, que consiste na ascensão do material salífero sob a forma de um rolhão gigantesco, proveniente das unidades superiores dos Arenitos de Silves. Esta ascensão deu-se preferencialmente através de falhas de direcção EW. Em simultâneo, ocorreu possivelmente, a actuação de forças tectónicas de carácter compressivo, favorecendo a ascensão deste material que contrasta quanto à sua densidade e plasticidade com a do material encaixante. Este episódio constituiu a segunda fase de deformação (Terrinha, 1989).
O material, provavelmente, não atingiu a superfície, uma vez que na mina, o seu cap-rock, de composição essencialmente gipsífera, se encontra preservado. Este cap-rock que se
encontra nos bordos e no topo do diapiro não possibilita a passagem de água dos aquíferos para a massa de sal, evitando assim a sua dissolução (Terrinha ,1989).

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Descoberta da Tullow no Kenya

"Tullow Oil plc (Tullow) announces that the Etom-2 well in Block 13T, Northern Kenya, has encountered 102 metres of net oil pay in two columns.
 
The objective of the well was to explore the Etom structure in an untested fault block identified by recent 3D seismic. Oil samples, sidewall cores and wire line logging all indicate the presence of high API oil in the best quality reservoir encountered in the South Lokichar Basin to date. Additional prospectivity identified on the 3D seismic in the north of the basin, including the Erut and Elim prospects, will now be considered as part of the future exploration drilling programme.
The PR Marriott Rig-46 drilled the Etom-2 well to a final depth of 1,655 metres and will now move to Block 12A where it will spud the Cheptuket-1 well around year end, the first well to be drilled in the Kerio Valley Basin. 
In Block 10BB, Tullow has completed the Ngamia Extended Well Test with approximately 38,000 barrels of oil produced. The five completed zones of Ngamia-8 were tested at a cumulative rate of 2,400 bopd and all except the lowest zone produced naturally. Communication between the producer well and an observation well at a distance of approximately 500 metres was also demonstrated.
Tullow operates Blocks 13T and 10BB with 50% equity and is partnered by Africa Oil Corporation, also with 50%.

Angus McCoss, Exploration Director, Tullow Oil plc, commented today:

“We are delighted with the Etom-2 well which encountered over 100 metres of net oil pay in the best reservoirs in the basin so far. Discovering this thick interval of high quality oil reservoirs further underpins our development options and resource base. The result follows careful evaluation of 3D seismic data which was shot after the Etom-1 well and demonstrates how we have improved our understanding of the South Lokichar Basin. This result also suggests significant potential in this underexplored part of the block as it is the most northerly well we have drilled in South Lokichar and is located close to the axis of the basin away from the basin-bounding fault. Accordingly, we will review the potential of the greater Etom area and neighbouring prospects to decide on our forward programme.” (in Tullowoil)