quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Bombaim - o regresso

E la fui eu para Bombaim outra vez. Tal como no ano passado, sem tempo para tirar fotografias, ao menos tento convencer-me que estou preparado para a gastronomia local, o que faz sempre parte dos roteiros de visita locais. Talvez erradamante; mas tudo depende do estado de espirito. Hoje entao fui jantar fora.

Comecando pela viagem, nao aquela a iniciar em Lisboa, mas aquela a partir do Hotel ate ao restaurante: transito caotico com motoretas a furar por asfalto e passeio densamente povoados. E’ verdade que tambem apanhei uma dessas motas de transporte mas o trajecto nao poderia ser mais inconveniente porque, aparte do trafego, tambem existiu a clara desvantagem de nao ter quase visao sobre a rua. Estive portanto em viagem sem qualquer turismo. Bombaim, alias, nao sera assim um dos principais pontos turisticos da India e este transito permanente impossibilita bastante o meu tipo de turismo que se foi tornando ao longo destes anos numa especie de visitas ao estilo de corrida de cem metros, com fotografias pelo meio, para me recordar apenas por onde de facto andei.

Fui primeiro ter a praia de Juhu que, ja de noite, permanecia cheia desta gente que possivelmente se refugia do calor de casa junto ao mar. Apos esta passagem relampago, fiz sinal a outra mota destas e la fui eu a caminho do restaurante. Ainda nao tinha realizado a primeira curva e ja o motociclista tinha sido mandado encostar pela policia – huuuummm, sem luzes e depois sem carta, la vais pagar multas – penso eu. E la ficaram os dois  - condutor e autoridade - na conversa.

Apanho rapidamente outro ciclomotor desta especie e menos de cinco minutos depois la estava eu a porta do restaurante - o Mahesh - que se encontra mesmo perto da praia anterior, na zona de Santacruz. Sentei-me na esplanada e pedi uma cervejita. Percebi subitamente que a musica era tipicamente ocidental (e da epoca) com o Freddie Mercury a gritar o “I want to break free” seguindo-se de uma Gloria Gaynor a cantarolar o “I will survive”. Por isso ou por teima pessoal, nao houve ca reservas e a dose de picante foi a normal.  Entre caranguejos e lagostas, la me fiz de homenzinho e fui experimentar apenas uns camaroes com uma massala ca da terra. Comida de muita qualidade deveras, confeccionada com a arte local e com mariscos frescos.

Umas quantas cervejas mais tarde, la consegui apagar o fogo que ardia dentro de mim desde que trinquei a primeira gamba ate que lambi do garfo a ultima gota daquele molhinho – confesso que aqui por ultimo, ja com uma lagrimazinha no olho e com uma temperatura corporal na ordem dos quarenta graus. Em jeito de avaliacao tipica do tripadvisor: comida boa mas que suponho extremamente impropria para quem tenha hemorroidas.

Seguiu-se uma viagem para o hotel noutra dessas motoretas. E foi mais ou menos isto. Bombaim e’ picante e nao e’ para todos.