sábado, 23 de maio de 2009

Viajar e preciso

Volto a Libia de novo. Percorro mais uma vez os caminhos do passado e que ja conheco quase de olhos fechados. As surpresas por vezes tambem nao sao as melhores por isso ha que reconhecer que seguir o plano do costume nao e assim tao mau. O aviao e os aeroportos sao os mesmos e vale-me viajar acompanhado por um amigo, o que aligeira bastante o tempo morto e a fadiga. Em Tripoli, visito mais uma vez a medina. A diversidade e azafama clamam por uma fotografia mas ha tanto que ja foi visto e revisto. Tento estar atento aos pormenores deste labirinto, por entre uma multidao que vende e compra ou que apenas passa. Os contornos das ruas estreitas, as mercadorias, as cores vivas, os sons muitas vezes imperceptiveis, esta tudo la, de resto, como dantes.
E tempo de partir. Viajo a noite de jipe em direccao ao deserto por algumas horas, para a zona de Ghani, cerca de 100 km a Norte de Zelden, onde passo quatro dias no meio de um meio completamente arabe, sem a companhia de qualquer outro nao-africano, portanto hostil ao entrosamento pessoal. O deserto e poeirento e o vento nao ajuda a vida exterior. Quase nao saio do local de trabalho ou do meu quarto. A comida e pessima e os horarios terriveis. 4 dias passaram. Viajo novamente de volta a Tripoli de jipe. Paro numa pequena povoacao a cerca de 220 km a Este de Tripoli para jantar. Vale a pena recordar. Voltei a saber o que era comida a serio e a saida fotografo surpreendido uma igreja aqui perdida, atras de uma gasolineira e quase contigua a uma mesquita. Curioso. E a primeira igreja que vejo neste pais. Possivelmente sera uma remanescencia da ocupacao italiana.
Chego a Tripoli e e tempo de partir novamente. Apanho o helicoptero e volto a plataforma offshore onde agora me encontro e onde ja estive este ano. Inicio o dia de trabalho com o sol a por-se e termino-o quando ele ja vai alto. O trabalho continua no dia seguinte. Para me recordar tenho ja na memoria os cardumes de pequenos peixes que por aqui passam, os grandes atuns que os perseguem, os golfinhos mais ao largo, a tartaruga que vi a fugir da confusao, a invasao de borboletas que durou uma noite. O resto, a falta de tudo o mais, e trabalho.
Viajar novamente e assim tudo o que me falta agora, de preferencia com destino a Portugal, o que ainda vai demorar o seu certo tempo. Por isso, nada de pressas. Alguem disse que a vida e uma dadiva, por isso e que se deve viver o presente. Nao poderia concordar mais. Um dia a seguir ao outro.



As cores e os cheiros da Medina de Tripoli. A igreja perdida no deserto, atras da gasolineira. O nascer do sol de cada dia.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mariscada do Paleozoico

"Uma equipa internacional descobriu em Arouca vários grupos de fósseis de trilobites com 465 milhões de anos. Apesar de não haver espécies novas, a importância da descoberta deve-se à dimensão dos indívíduos que, segundo os investigadores, são os maiores do mundo.

“São as maiores trilobites do mundo”, disse logo Artur Sá ao PÚBLICO, co-autor com uma equipa espanhola do artigo publicado este mês na revista "Geology".Em Canelas, no Geoparque Arouca, estão descritas 20 espécies de trilobites – um dos fósseis mais representado da era do Paleozóico. As trilobites viveram durante mais de 280 milhões de anos até desaparecerem há 250 milhões de anos quando se deu a grande extinção do final do período Pérmico, antes da era dos dinossauros.

Na pedreira de Arouca, só cinco ou seis espécies é que apresentaram um tamanho fenomenal. Habitualmente, as espécies não ultrapassam os dez centímetros, aqui a maioria ultrapassava os 30 centímetros e o maior fóssil tem 86 centímetros de comprimento." in PUBLICO

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Pedreiras, de novo. E então...?

Por alturas da Páscoa lá andei eu a passear pelo nosso bonito Portugal. O itinerário foi diferente mas a visita foi recorrente, visto que ainda recentemente em Outubro passado por Borba passei. A viagem até não foi longa e a companhia foi boa. Sair de Lisboa também faz bem e há tanto sitio por cá com bons ares pelo que se impõe um rejuvenescimento das vistas, de tempo a tempo.
Aqui ficam umas fotografias da industria extractiva de mármores e sua envolvente que, a par do vinho, será a melhor coisa da região.