sexta-feira, 26 de maio de 2017

Viagens de Dezembro: Mina de Sao Domingos

Na verdade, as viagens de dezembro terminaram no Algarve mas, como ja se anda quase em Junho e daqui a nada faz-se um novo dezembro, resolvi fechar o ciclo.


E assim sendo, continuando pelo concelho de Mertola, destaca-se a visita a aldeia da Mina de Sao Domingos. Tanto a mina como a aldeia – dai a toponomia – correspondem de facto a um antigo couto mineiro, criado de raiz naquele local. Apesar da exploracao historica de minerio desta regiao estar identificada desde os tempos de Fenicios e Romanos, a exploracao “moderna” comecou no seculo XIX pela companhia britanica "Mason & Barry".


A mina situa-se no centro da Faixa Piritosa Ibérica - na designada Zona Sul Portuguesa. Estima-se que a  massa presente na Mina de Sao Domingos seria de 25 milhões de toneladas de minério. Tinha uma disposição subvertical, com uma orientação aproximadamente este-oeste. O mineral predominante era a pirite e, em percentagens variáveis, havia ocorrencia de blenda, calcopirite e galena. A pirite apresentava teores de enxofre entre 45% e 48%. Os teores médios de cobre e zinco eram de 1,25% e de 2 a 3%, respectivamente.


A laboracao durou ate a decada de sessenta do seculo passado com o esgotamento do minerio e consequente encerramento da mina. Durante esse periodo, a lavra a ceu aberto abriu um corte de 120 metros de profundidade, enquanto que alguns trabalhos chegaram aos 400 metros por via de poços e galerias.

O exploracao mineira construiu e povou a aldeia. Da mesma, forma o abandono dos trabalhos provocou o exodo massivo da populacao de entao.
Nos dias de hoje, as ruinas das instalacoes ea corta mineira sao visitaveis e tambem existe um museu dedicado a actividade mineira e historia da aldeia.


A visita foi demorada porque ha muita coisa interessante para ver e, como noutros sitios, o melhor ritmo de passeio e’ o das pernas e nao o do carro. Na memoria ficam o casario quase abandonado, os edificios em ruinas, a cor do solo, a corta mineira e a lagoa acida. Ja as fotografias ficam para quando a memoria comecar a falhar.

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