Desta vez estava preparado. Trazia comigo o guia turístico da Turquia e o  mapa detalhado de Istanbul. Estava confiante e acima de tudo preparava-me  para ser "obrigado" a ficar um dia a visitar a cidade devido à súbita  alteração do voo de helicóptero que me iria levar do mar negro a terra. O  plano seria aterrar a meio do dia no aeroporto de Sabiha Gokçen (a este  do Bosforo, portanto já na parte asiática) e daí faria o trajecto de  carro para o "meio" de Istanbul, ficando a pernoitar algures por esses  lados, até ao dia seguinte, quando teria que apanhar finalmente o meu  voo de volta a Lisboa.
 O que aconteceu, na verdade até foi semelhante, sem a parte de ficar a  pernoitar, anulando-se também a parte turística. Fui directo para o  aeroporto de Ataturk onde tive que aguardar pelo meu voo, conseguido à  ultima da hora para o próprio dia, fazendo escala em Madrid. Há bens que também vêm por mal. Numa cidade  com quase vinte milhões de habitantes convém não brincar com o  trânsito; tive que abdicar da visita a um qualquer palácio, templo ou  museu que fosse. Ao invés, fiquei sentado num aeroporto durante quase  três horas, sem que me permitissem aliás realizar o check in com  antecedência.
 Fica-me o pesar de ter passado quatro vezes por Istanbul sem nunca ter  visitado a cidade. Haverá males piores; ainda assim consegui reunir  algumas fotografias tiradas a bordo do helicóptero ou do interior do  carro. De mapa em riste, sempre tive a noção por onde andei ou voei. Por  isso é que sei que me faltou ver tanta coisa.
À partida, não disse adeus. Mesmo sabendo que não será em breve, disse até outro dia.






