domingo, 21 de dezembro de 2008

Leptis Magna

Na minha anterior visita a Sabratha no verão passado, confesso que fiquei ansioso pela oportunidade de conhecer a que se dizia já ter sido a mais imponente cidade romana do norte de África: Leptis Magna. As ruínas, da também chamada de Lebda na Líbia, encontram-se na parte leste e litoral da cidade de Al-Khums, a cerca de 130 km a leste de Tripoli. Não é apenas recomendável, esta visita é obrigatória: estando em Tripoli basta ter um dia livre e pela manhã dirigir-se à zona dos Five Towers Buildings. Nesse local, entre outros salamaleques, é necessário perguntar e tentar encontrar os mini-bus ou carrinhas que se dirigem a Al-Khums. É fácil e barato. Para os mais comodistas ou se for com um grupo de pessoas (ou em ambos os casos, onde eu aliás me insiro), é possível alugar um maxi-taxi apenas para esta viagem e a de regresso, o que para o padrão económico português continua a ser bastante acessível. No meu caso, o senhor motorista fez questão de esperar no local até as 16h30 da tarde, hora do nosso regresso a Tripoli.

Mas, falando de Leptis Magna. A cidade, passou por vários episódios de prosperidade e destruição, tendo interesses e importâncias diferentes conforme o povo que a ocupou. Pensa-se que tenha sido fundada pelos fenícios em cerca de 1100 a.C. atingindo grande importância com os cartagineses em 400 a.C., em especial durante as guerras púnicas, até que foi anexada pela república romana em 146 a.C.
Durante o governo do imperador Tiberius, a cidade transforma-se na terceira mais importante da província romana de África, atingindo o seu auge com Septimus Severus que grandemente favoreceu e enriqueceu a cidade da qual ele era natural. Os mármores e ricas colunas e adornos que por lá se observam são deste período. O declínio do império romano dita que em meados do século IV d.C. a cidade já se encontrasse parcialmente desocupada, quando esta passa a pertencer ao Reino dos Vândalos.
Sabe-se que no ano de 523 os Berberes saquearam e destruíram parte da cidade e que após cerca de 10 anos o Reino dos Vândalos no norte de África cessa a sua existência, passando Leptis Magna a capital de província da Tripolitânia do império Bizantino.

Apesar da cidade se ter parcialmente reabilitado durante esta ocupação, inicia novamente uma fase de declínio que termina em 650 d.C. com a invasão árabe de todo o norte de África. Leptis Magna é então abandonada até ás escavações que pouco a pouca a trazem até á superfície desde de 1920. É considerada património mundial pela UNESCO e possui, além do perímetro de ruínas, um museu, que acompanha a história da região em esculturas e outros artefactos, desde os fenícios aos árabes, com principal ascendente e representação do império romano. Na Líbia, felizmente, não há só areia e petróleo.


















3 comentários:

Carlos disse...

Gostei particularmente desta frse:
Na Líbia, felizmente, não há só areia e petróleo.

:)

Fiquei a saber mais um pouco..

Hugo disse...

Felizmente para mim, sobretudo. Estas visitas turísticas já fazem parte das minhas viagens e aconselham-se (se bem que estou a ficar sem destinos.. se calhar está na altura de trocar de país).
E ainda bem que estou a contribuir para divulgar a cultura. :)

Abraço!

Ademir disse...

muito bonito esse lugar
ele lembra um pouco o templo
de baal bek no libano um dos lugares que eu gostaria de conhecer...