sábado, 18 de julho de 2009

Os Lagos de Lugano

Milão é uma grande cidade, esplendida e, por vezes, cheia de interesse mas como para mim está por demais associada ao trabalho, aproveito sempre o tempo livre para me escapar pela Itália fora ou, neste caso, para a Suiça, que está a pouco mais de uma hora de comboio. Estava bastante curioso em relação ao que iria encontrar em Lugano e confesso que fiquei logo agradávelmente surpreendido e por demais convencido, apenas com o trajecto do comboio, paralelo aos grandes lagos encaixados nas montanhas.
À chegada torna-se óbvia a influência italiana no local. Todos falam italiano e apesar da moeda corrente ser o franco, na maior parte dos estabelecimentos aceitam-se euros. Troco algum dinheiro e apanho uma espécie de teleférico, que aqui é um transporte bastante comum, aconselhado de sobre-maneira para vencer os fortes declives do terreno. Neste caso, foi para descer até ao lago, numa viagem alucinante de dois minutos mas, o que importa? Se é para visitar é a sério: há que fazer como os outros turistas.
Desço, já a pé, uma ou duas ruas e encontro o grande lago que banha a cidade, de seu nome Ceresio. Esta, cresce em direcção aos topos que rodeiam o lago, até que o declive o permita. As ruas encontram-se impecavelmente limpas (influência dos suiços mais a norte claro), os jardins estão muito bem tratados e água limpissíma. O tempo, para ajudar, está quente, o que proporciona imediatamente a prática de actividades lúdicas como o mergulho ou a descida de cerveja fresquinha. Porém, antes de me dedicar às referidas convém bater o terreno, o que passa essencialmente por percorrer a extensa marginal e apanhar um outro teleférico para um dos topos. Esta é uma experiência bastante suis generis, uma vez que aqui o declive é terrivelmente acentuado e a viagem ainda demora os seus quinze ou vinte minutos, sempre a subir. E vale mesmo a pena. As panorâmicas deste pico são excelentes e permitem uma visão de 360 graus sobre a envolvente. Os lagos, os contornos da cidade, as povoações vizinhas e mais ao fundo as montanhas a que associamos os verdadeiros Alpes, com neve permanente nos cumes. Correndo o risco de me chamarem mentiroso, diria que neste ponto, o desnível em relação ao lago será de quase mil metros. Tiro as fotografias da praxe e é tempo de fazer o caminho inverso, descendo novamente à cidade. O nível de vida aqui é claramente acima da média europeia, quiçá de Portugal, tendo em conta o aspecto luxuoso de muitos edificios, os carros, os barcos e a quantidade de senhoras de meia idade a fazer jogging. Faço mais uma vez a marginal até aos luxuriantes jardins de Lugano, comunicantes com uma espécie de praia fluvial, onde finalmente posso experimentar a água, que para meu espanto se encontrava quente.
Este é mais um local a juntar a outros onde eu acho que podia viver muito bem. Um dia, quando tiver dinheiro no mealheiro para o Ferrari e para o iate mudo-me para aqui. Talvez.










quarta-feira, 15 de julho de 2009

Veneza descoberta pelo sol

É incrivel como o sol, ao afastar as nuvens e a chuva, atrai tanta bicharada turista que se amontoa nas estreitas ruas. Aliás, é dificil acreditar que toda esta nova companhia pedestre estivesse escondida algures nos edificios, o que me leva a pensar que isto de Veneza se estar a afundar tem o seu quê de verdade: certamente que existem enormes subterrâneos debaixo da cidade para colocar os visitantes quando há falta de hoteis (portanto o turista está a pesar a cidade). Munidos cada um com a sua máquina fotográfica, com objectivas pequenas ou gigantes, subitamente transformam a cidade num campo de batalha, com disparos por todo o lado e em todas as direcções. Quem estiver na linha de fogo sujeita-se a levar com os flashes. Até nos canais o trânsito aumenta, sujeitando-se esta pobre gente a engarrafamentos de gondola em tempo de férias.
O caminho continua para mim seguindo ora o mapa ora a multidão. Chego, finalmente a um grande largo onde reside muita história do edificado da cidade. Atravesso-o, como posso; de máquina na mão e com olhos no mar ao fundo, onde finalmente se pode respirar menos ar reciclado. Aqui apanho o barco-bus (não sei como se chama mas é, em todo o caso, um barco-bus) que navega pelo canal principal, curva após curva, ao longo da cidade, tornando-se esta viagem bastante agradável, aliás recomendável para alguém que já esteja farto de andar e a tropeçar nas outras pessoas. Encontro o meu lugar sentado à janela, vou tirando umas fotografias (que saem todas tortas) e aproveito para relaxar e saborear a viagem. Os canais, as gondolas, os edificios, os turistas, tudo isto ficará para trás quando apanhar o combóio de volta a Milão. Contudo não quero ficar por aqui. Próximo destino: os lagos e montanhas da Suiça.









terça-feira, 14 de julho de 2009

Veneza à chuva

No fim de Junho tive a oportunidade de visitar Veneza.
A cidade, que não é assim tão grande, ganha porém dimensão logo à saída da estação de Santa Luzia, onde pára o comboio. A abundante chuva que se fazia sentir naquele dia havia espantado a maior parte dos turistas para os hoteis e cafés, pelo que as ruas se encontram quase desertas e à espera de ser percorridas. Ponte após ponte, atravesso os canais. Aqui as estreitas ruas são apenas para os peões, enquanto que a circulação principal se realiza pelos canais, onde os carros e autocarros a que estamos acostumados, são substituidos por barcos de recreio, taxis, gondolas e afins. Os edificios, que se parecem quase todos com museus, têm quase todos comunicação com algum canal ou visitam pequenas ruas que terminam em largos decorados com igrejas ou esplanadas. Existem pequenas lojas espalhadas por todo o lado, não fosse este um mercado apetecido pelo chamariz do turismo massivo. Vende-se um todo de recordações associadas à cidade ou a Itália no geral, a preços simbólicos ou exóticos.
Continuo a minha caminhada pelas ruelas de Veneza, onde a cada esquina descubro alguma coisa nova. Um arco diferente, umas janelas de outra cor, uma gondola exuberantemente decorada, ou apenas outro canal e outra pequena ponte. A chuva persiste mas com menos intensidade. Eu e a máquina fotográfica estamos enxarcados mas satisfeitos com o dia.






terça-feira, 7 de julho de 2009

Diario de bordo 20090707

Trabalhar de noite tem o seu que de contra-natura uma vez que o homem e um animal essencialmente diurno. Enfim, ha uns que sao mais diurnos que outros e eu ate tenho mantido uma boa relacao com a noite, muito a custa de estimulos exteriores como, digamos, o CAFE. Esse tal de cafe, que ainda se encontra armazenado na minha mala perdida entre Roma e Tripoli, trata-se de um excelente abre-pestana automatico de longa duracao, sem o qual nao se passa uma (boa) noite de trabalho. Ora tendo em conta que nao aprecio sujeitar-me a isto que a gente daqui apelida de cafe, continuo a espera (im)pacientemente do lote que, por acaso, poder-me-a ser entregue, o quanto antes, com o resto dos meus haveres.
Malta da ALITALIA, va la, na primeira vez tambem nao teve piada e agora, acho que muito sinceramente estao mesmo a pedi-las.

domingo, 5 de julho de 2009

Pensamento do dia

O ideia de andar a alombar com uma grande mala as costas por outros paises e chegar ao destino com ela.

Recentemente estive 10 dias em Milao, com paragens em Veneza e na surpreendente Lugano nas montanhas suicas, e com destino final Tripoli, sem passagens por Portugal. Portanto, vou iniciar a minha actividade laboral sem os meus bens de primeira necessidade desde o cafe a roupa interior, passando pelo calcao que apetece mais ao verao. Felizmente que maquinas fotograficas, portatil e outras coisas permanecem sempre comigo.
Enfim, sumariamente: transeuntes incautos nao viajai por Roma; ide dar a volta.