quarta-feira, 28 de maio de 2008

Breaking the waves

Na verdade, este nem é assim um dos meus filmes preferidos. Também não digo que seja de fraca qualidade. Conta com excelentes interpretações e foi habilmente escrito e dirigido por um senhor dinamarquês, de seu nome Lars von Trier. O filme foi inclusivamente bastante premiado e até percebo o porquê. A acção gira em torno de uma rapariga (Emily Watson) que se casa com um senhor mais velho (Stellan Skarsgaard) que tem um trabalho fora da pequena comunidade religiosa onde habitam. A senhora, que é muito religiosa, lá reza ao nosso senhor para que o marido volte mais cedo para casa da sua campanha no trabalho, ao que o senhor (o nosso) atende o pedido. A forma talvez não tenha sido a mais desejada, visto que o senhor (agora o outro, que não é nosso) realmente volta, mas directamente para o hospital, para recuperar de um grave acidente que o deixou incapacitado. De resto, a acção gira em torno da senhora, da sua relação com o senhor e com o nosso senhor. Acrescentaria apenas que o final trágico que se avizinha é em si catapultado pela ignomínia pecaminosa à qual a senhora se converte, sendo por isso desacreditada e julgada pela ufana e conservadora comunidade religiosa onde se insere. Suponho que haja uma interpretação do filme de conotação feminista uma vez que quebra um pouco com o tradicional papel da mulher numa comunidade deste género e até diria que se pode falar muito sobre os acontecimentos e ideias transmitidas pelo realizador como a força das nossas crenças ou o papel do destino nas nossas vidas.
Isto, no fundo, interessa-me muito pouco. Se não tivesse visto este filme esta semana, se não estivesse quase a viajar de volta ao trabalho, se o trabalho da personagem principal masculina não fosse numa plataforma de petróleo, se, por isso, não me tivesse lembrado que o meu local de trabalho pode ser bastante inseguro, de certeza que ainda me interessaria menos.

Uma das musicas presentes no filme é este life on mars que, reflecte um pouco o meu estado de espírito dos últimos tempos (de uma forma vagamente concreta, até porque há letras do David Bowie que realmente estão sujeitas a muitas interpretações, como parece que seja o caso) e lembra-me que nesta semana lá aterrou mais uma sonda em Marte. Um dia mudamo-nos de planeta.


1 comentário:

ana, a magnífica disse...
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