terça-feira, 10 de novembro de 2009

Disfribiladores: precisam-se

Recordo-me que, num passado não muito distante, ia bastante ao estádio da luz assistir aos jogos do glorioso.
Ontem, como dantes, encetei com expectativa a caminhada que termina no interior do estádio. Pelo caminho, há cores e cheiros próprios do evento, que não mudaram em nada desde a minha infância. O estádio pode ser novo mas as camisolas e cachecóis ainda são vermelhos do Benfica. As roulotes podem ser outras mas as pessoas continuam lá a juntar-se para as bifanas, coiratos e imperiais em copo de plástico. O cheiro da carne frita marca a aproximação ao estádio e o reboliço presente no petisco está todo ele associado ao jogo. Estranhos unidos pela mesma cor falam dos jogadores, treinadores, dirigentes nossos e dos outros, e do que diz o Record ou A Bola, ontem e hoje. Eu quero mais é ver o jogo e por isso, após uma curta paragem para refrescar a boca e forrar o estômago, segue-se caminho até ao lugar marcado na bancada.

As bancadas cheias do estádio fazem-no ainda mais imponente. As vozes que se elevam, cantam ou protestam, envolvem-nos a todos, adeptos e jogadores. O que uns mandam os outros respondem, numa simbiose quase perfeita e numa linguagem peculiar em que por vezes são os jogadores que se impõem enquanto que noutras são os adeptos que puxam por eles.
O futebol não é só um jogo; é uma experiência colectiva e cada um a vive de forma própria.
Eu, quer joguemos bem ou mal, enervo-me.


(Ontem a bola custou mesmo a entrar. Já estava tudo aos Ais Jesus e a hiper-ventilar: eu sobretudo, mas suponho que também os jogadores.)

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