quarta-feira, 28 de maio de 2008

Breaking the waves

Na verdade, este nem é assim um dos meus filmes preferidos. Também não digo que seja de fraca qualidade. Conta com excelentes interpretações e foi habilmente escrito e dirigido por um senhor dinamarquês, de seu nome Lars von Trier. O filme foi inclusivamente bastante premiado e até percebo o porquê. A acção gira em torno de uma rapariga (Emily Watson) que se casa com um senhor mais velho (Stellan Skarsgaard) que tem um trabalho fora da pequena comunidade religiosa onde habitam. A senhora, que é muito religiosa, lá reza ao nosso senhor para que o marido volte mais cedo para casa da sua campanha no trabalho, ao que o senhor (o nosso) atende o pedido. A forma talvez não tenha sido a mais desejada, visto que o senhor (agora o outro, que não é nosso) realmente volta, mas directamente para o hospital, para recuperar de um grave acidente que o deixou incapacitado. De resto, a acção gira em torno da senhora, da sua relação com o senhor e com o nosso senhor. Acrescentaria apenas que o final trágico que se avizinha é em si catapultado pela ignomínia pecaminosa à qual a senhora se converte, sendo por isso desacreditada e julgada pela ufana e conservadora comunidade religiosa onde se insere. Suponho que haja uma interpretação do filme de conotação feminista uma vez que quebra um pouco com o tradicional papel da mulher numa comunidade deste género e até diria que se pode falar muito sobre os acontecimentos e ideias transmitidas pelo realizador como a força das nossas crenças ou o papel do destino nas nossas vidas.
Isto, no fundo, interessa-me muito pouco. Se não tivesse visto este filme esta semana, se não estivesse quase a viajar de volta ao trabalho, se o trabalho da personagem principal masculina não fosse numa plataforma de petróleo, se, por isso, não me tivesse lembrado que o meu local de trabalho pode ser bastante inseguro, de certeza que ainda me interessaria menos.

Uma das musicas presentes no filme é este life on mars que, reflecte um pouco o meu estado de espírito dos últimos tempos (de uma forma vagamente concreta, até porque há letras do David Bowie que realmente estão sujeitas a muitas interpretações, como parece que seja o caso) e lembra-me que nesta semana lá aterrou mais uma sonda em Marte. Um dia mudamo-nos de planeta.


domingo, 18 de maio de 2008

Milão e Florença

Finalmente, nesta minha terceira visita a Milão, apanhei bom tempo e levei a máquina fotográfica para completar o registo que ás vezes vai falhando na memória. Ainda assim, vergonhosamente, praticamente só usei a máquina na última (e chuvosa) noite. Vou ter mesmo que me lembrar de todos os outros locais que visitei e que não tinha conhecido no passado, visto só ter registo fotográfico do Duomo e pouco mais. Milão é uma enorme cidade do norte de Itália. Representa o poder económico, a moda, no fundo é o centro empresarial do país. Não é propriamente uma cidade para turistas, apesar de ter muito que ver.
Uma cidade para turistas é Florença, que aproveitei para visitar num sábado destes. Apanhei o Eurostar em Milão e depois de 2h45 de viagem lá estava eu a sair numa cidade-museu onde tudo é forçosamente bonito e limpo. O tempo estava óptimo, com um sol que não queimava preso no céu, e a cidade mostrava-se a cada esquina e recanto. O único senão foi andar a tropeçar em turistas (essa gente!) mas de resto foi um dia que correu muito bem. Contudo, o tempo apenas foi suficiente para ver os monumentos por fora: havia filas consideráveis para visitar o seu interior e havia que voltar no mesmo dia a Milão. Pelo meio do turismo lá houve a tal formação de oito horas diárias sobre uma série de temáticas interessantíssimas relacionadas com o trabalho (que, por isso, não são para aqui chamadas). Aqui deixo algumas das fotografias de Florença e Milão, que talvez possam dizer mais que eu. As primeiras são de Florença, que muito me custaram a escolher já que eram tantas.
O senhor da esquerda é a (famosa) réplica do (famoso) David. O original está guardado para não se constipar...

A cabeça da Medusa..
O canal que cruza Florença e, finalmente, as fotografias de Milão.
Tal como já uma vez disse, tem por lá uma igreja ou duas...