Seis e meia da madrugada de um domingo e estavamos a sair da
cama. Entre encontroes e solavancos, surpreendentemente conseguimos meter-nos
no carro sem nos esquecermos das bicicletas. O carro pegou a primeira e la
fomos direitos a casa do Ze (nome ficticio, de forma a evitar processos) para a
primeira paragem, ainda em Lisboa. A passagem, ele ja se encontrava a porta –
aparentava ter arrumado tudo a pressa no dia anterior e ter adormecido no carro
mas enfim, o que interessa e’ que nem tivemos que ficar a espera. Tambem nao
tinhamos tempo para cumprimentos nem para cafe por isso seguimos viagem em
direccao a Branca, perto de Coruche. Nao ha muito a contar acerca da viagem:
levou menos de uma hora e o sol da manha nao ajudou a levantar as palpebras.
Chegamos ainda antes das oito e meia e la tratamos de montar as bicicletas e
tomar cafe com a organizacao e restantes membros do grupo de ciclistas
semi-amadores. Infelizmente, o cafe teve que ser sem cheirinho para nao acusar
no controlo anti-doping.
Satisfeitos com o cafe, iniciamos os preparativos pre-prova.
O Ze assumiu a dianteira mas ainda nao tinha sido dada a partida por isso
tivemos que esperar. A concorrencia parecia ser bastante feroz; entre muitos
machos latinos, estucadores e trolhas, tambem se encontravam muitas
rapariguinhas menores de idade. Retocamos o equipamento, desencravamos uma ou
outra corrente que ja havia saltado antes da prova e por fim, deu-se incio a
corrida.
Por respeito, deixamos passar a frente aqueles que tinham
maiores dificuldades a percorrer os trajectos enquanto que o nosso grupo se
manteve no pelotao de tras, de onde mais tarde planeavamos atacar os primeiros
lugares. O terreno nao esta muito mau, tendo em conta as chuvas da semana
anterior mas o frio nem deixava aquecer os musculos. O ritmo ficou tao forte
que as primeiras quedas comecaram a surgir naturalmente, umas atras das outras,
e envolvendo sempre mulheres.
Inexplicavelmente,
os dois grupos que partiram a frente ficaram para tras. O facto de nos termos
ido por um atalho e’ capaz de ter tido alguma coisa a ver com o assunto mas,
para dizer a verdade, nao havia razao para ir a volta se tinhamos um caminho
melhor e mais directo. Decidimos dar-lhes outra opotunidade, paramos um pouco
para ficar a espera que eles passassem todos por nos e so depois prosseguimos
por uma estrada de areia branca.
Por mais
uns trilhos de areia, chegamos onde tinhamos partido e assim terminou a prova.
Foram quinze quilometros a andar muito bem e as vezes parados. Aguardava-nos
a derradeira parte da visita: o almoco a base de churrasco de carnes gordas
acompanhado com arroz de feijao; ou seja, o alimento dos campeoes.